Emissão de San Marino - 1970
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Os Caldeus introduziram a astrologia como hoje é conhecida. Eram um povo semita, de origem árabe, que ocupou o território correspondente à Mesopotâmia meridional, na primeira fase do primeiro milênio a.C. Eles surgiram nesse local mais ou menos ao mesmo tempo que os arameus e os shutu.
Historicamente os caldeus foram os últimos governantes da Babilônia e seus descendentes ainda hoje vivem no mesmo local por onde passaram tantos povos que deixaram uma herança inigualável. Os caldeus de Beth Nahreen que hoje é Iraque, leste da Síria e sudeste da Turquia, são descendentes dos povos nativos da Mesopotâmia, dos sumérios, acadianos, assírios, caldeus e outros. Eles usam o aramaico clássico na liturgia e falam aramaico caldeu. O aramaico é a língua mãe da qual derivaram o árabe e o hebreu.
As estrelas foram agrupadas pelos Caldeus em constelações, para servirem como marcadores do movimento dos planetas. O Zodíaco, ou o Caminho de Anu, era a rota seguida no céu pelo Sol, Lua e planetas, sempre pela mesma massa de estrelas, as Constelações Zodiacais. A divisão do Zodíaco em doze partes talvez tenha vindo da divisão em doze partes de duas horas cada uma do dia dos Caldeus.
A maçonaria, com seus templos onde sempre são representados os signos do zodíaco e a abóbada celeste, sempre serviram de veículo para a difusão de ensinamentos da Astrologia e, com certeza, foram em lojas que a Astrologia deve ter primeiro florescido em nosso país, em especial no Rio de Janeiro.
Uma das primeiras lições que aquele que receberá a Luz recebe é justamente da simbologia e da importância da depuração pessoal ou “limpeza” pelos quatro elementos: terra, água, ar e fogo. Estes são os elementos básicos que formam toda a Criação no estudo da Astrologia. Compreendendo as características destes elementos pode-se compreender tudo, pois tudo o que existe foi criado com esta matéria prima básica.
A maioria dos maçons restringem os estudos dos elementos às lições e indicações do Ritual e assim deixam de compreender a amplitude deste conhecimento.
Só para ilustrar, nas antigas tradições iniciáticas, aquele que dominava os elementos tornava-se igual e semelhante ao G.'.A.'.D.'.U.'. pois dominaria totalmente tudo o que foi criado. O iniciado deveria dominar o elemento em seu universo particular.
Deveria dominar a terra e o medo do desmoronamento, a melancolia, a avareza, a falta de horizontes em circunstâncias que elevariam ao máximo estas tendências como, por exemplo, dentro de um buraco ou caverna estreita, úmida e profunda.
A água deveria ser dominada, por exemplo, dentro de um rio caudaloso e com correnteza violenta, vencendo-se a incerteza, a insegurança, a sensação de abandono e da falta de apoio.
O elemento ar deveria ser dominado nas alturas de um precipício ou montanha (hoje uma montanha russa serviria), vencendo-se a vertigem, o desequilíbrio, a dificuldade de respiração em função da apreensão.
Finalmente o fogo deveria ser dominado dentro de um salão incendiado, ou com o iniciado circundado por três enormes fogueiras. Ele deveria controlar suas reações quanto ao calor, à luz excessiva e à sensação de proximidade com um poder terrível que pode destruir.
Referência: CASTELLANI, José. Maçonaria e Astrologia. São Paulo: Landmark, 2002. 2ª Edição.