Compilação de textos diversos
Por Virgílio Sabino
Brasil 1935 - 500 Réis em bronze-alumínio
Clique na imagem para ampliá-la
O
dinheiro de diversas nações carrega em seus cunhos muito mais do que valores
monetários. Ideais de pensamentos, religiões e associações tiveram sinais
cunhados em dinheiro corrente. Uns escondidos, outros nem tanto. No Brasil não
poderia ser diferente, pois exemplares de moedas nacionais foram produzidos com
símbolos que ficarão eternizados.
Sendo
uma instituição secular, a maçonaria é calcada fortemente no simbolismo.
Figuras históricas importantes do Brasil foram maçons, portanto é normal que
tenham transmitido também para a numismática alguns símbolos da sua sociedade.
Um
vistoso exemplo está nos 500 Réis do Regente Feijó. Moedas cunhadas entre 1935
e 1938, possuem no seu anverso uma coluna coríntia. As colunas Jônicas, dóricas
e coríntias recebem importante significado na maçonaria, sendo que a coríntia
representa a beleza: “adorna todas as nossas ações, nosso caráter e nosso
espírito, dentro da Loja, ela se faz presente nos ornamentos e paramentos.”
Provavelmente
esse desenho cunhado na moeda de 500 Réis faça alusão ao fato de o Regente
Feijó ter sido um ilustre e representativo maçom na história política do
Brasil.
Diogo Antônio Feijó
(1784-1843) foi sacerdote, professor de latim e português, deputado, ministro
da Justiça, regente imperial e senador. Também conhecido como "Padre
Feijó", nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe
solteira foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó. Passou a infância
entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre José
Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarregou de prepará-lo para o
sacerdócio. Depois de continuar os estudos de filosofia, em 25 de outubro
de 1808, ordenou-se padre.
Feijó
permaneceu em São Paulo até maio de 1833. Nesse mesmo ano foi iniciado na
Maçonaria, ainda em São Paulo, na Loja "Amizade". Com a morte de D.
Pedro I em Portugal em 24 de setembro de 1834, extinguia-se o partido
Restaurador. Após a promulgação do Ato Adicional em 12 de agosto de 1834 que
criava o Regente Único, Feijó foi o escolhido mediante consulta popular.
Feijó
teve grande importância na política imperial, tanto por seus atos, como por sua
influência, ocupando um lugar de destaque na História do Brasil. Diogo Antônio
Feijó morreu em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.
Imagens: moedas do acervo da coleção pessoal do autor deste blog.
Referências:
www.ebiografia.com/diogo_feijo
MAGALHÃES,
Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria do Ceará. Fortaleza:
Grande
Loja Maçônica do Estado do Ceará.
PIPPI,
Emerson. Boletim nº 67 da Sociedade Numismática Paranaense. Curitiba, outubro
de 2016.