Powered By Blogger

domingo, 12 de janeiro de 2020

Diogo Antônio Feijó, o Regente Imperial maçom

Compilação de textos diversos 
Por Virgílio Sabino


Brasil 1935 - 500 Réis em bronze-alumínio 
Clique na imagem para ampliá-la


O dinheiro de diversas nações carrega em seus cunhos muito mais do que valores monetários. Ideais de pensamentos, religiões e associações tiveram sinais cunhados em dinheiro corrente. Uns escondidos, outros nem tanto. No Brasil não poderia ser diferente, pois exemplares de moedas nacionais foram produzidos com símbolos que ficarão eternizados.

Sendo uma instituição secular, a maçonaria é calcada fortemente no simbolismo. Figuras históricas importantes do Brasil foram maçons, portanto é normal que tenham transmitido também para a numismática alguns símbolos da sua sociedade.

Um vistoso exemplo está nos 500 Réis do Regente Feijó. Moedas cunhadas entre 1935 e 1938, possuem no seu anverso uma coluna coríntia. As colunas Jônicas, dóricas e coríntias recebem importante significado na maçonaria, sendo que a coríntia representa a beleza: “adorna todas as nossas ações, nosso caráter e nosso espírito, dentro da Loja, ela se faz presente nos ornamentos e paramentos.”

Provavelmente esse desenho cunhado na moeda de 500 Réis faça alusão ao fato de o Regente Feijó ter sido um ilustre e representativo maçom na história política do Brasil.



Diogo Antônio Feijó (1784-1843) foi sacerdote, professor de latim e português, deputado, ministro da Justiça, regente imperial e senador. Também conhecido como "Padre Feijó", nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe solteira foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó. Passou a infância entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre José Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarregou de prepará-lo para o sacerdócio. Depois de continuar os estudos de filosofia, em 25 de outubro de 1808, ordenou-se padre.

Em 1821 foi para Lisboa, onde seria regida a Constituição do País, como deputado de seu Estado natal. Chegando lá, encontrou um ambiente hostil, pois para os portugueses a única função dos brasileiros era apenas "assinar a Constituição". Depois de três meses de sessões na Corte de Lisboa, e de pregar a independência do Brasil, Diogo Feijó pede a palavra e os portugueses. Estarrecidos, ouviram o padre pronunciar um discurso em defesa dos interesses brasileiros, o que causou um movimento de perseguição contra os deputados do Brasil.


Feijó permaneceu em São Paulo até maio de 1833. Nesse mesmo ano foi iniciado na Maçonaria, ainda em São Paulo, na Loja "Amizade". Com a morte de D. Pedro I em Portugal em 24 de setembro de 1834, extinguia-se o partido Restaurador. Após a promulgação do Ato Adicional em 12 de agosto de 1834 que criava o Regente Único, Feijó foi o escolhido mediante consulta popular.

Feijó teve grande importância na política imperial, tanto por seus atos, como por sua influência, ocupando um lugar de destaque na História do Brasil. Diogo Antônio Feijó morreu em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.




Referências:

www.ebiografia.com/diogo_feijo

MAGALHÃES, Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria do Ceará. Fortaleza:
Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará.

PIPPI, Emerson. Boletim nº 67 da Sociedade Numismática Paranaense. Curitiba, outubro de 2016.

Imagens: moedas do acervo da coleção pessoal do autor deste blog.