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sábado, 16 de abril de 2022

O Prumo na vida do legítimo maçom

 

Alemanha, prata, 2006


O Prumo, como simbolismo maçônico, representa a retidão do caráter do legítimo maçom, de acordo com a visão do profeta Amós, 7: que diz: “Mostrou-me também isto: Eis que o Senhor estava sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão. O Senhor me disse: Que vês tu, Amós? Um prumo, eu disse. Então respondeu o Senhor. Eis que porei um prumo no meio do meu povo de Israel; e jamais passarei por ele.” 

O Prumo permite aferir a retidão e o equilíbrio de um muro ou parede que está sendo construído, a fim de garantir a sua necessária estabilidade, assim como a própria estabilidade do caráter do maçom, sendo que, a partir de então, ser-lhe-á possibilitado crescimento intelectual e, consequentemente, a precisa aplicação da força mental por meio da razão, sem nunca deixar de atender as questões metafísicas essenciais que a existência/natureza humana assim exige. 

quinta-feira, 23 de julho de 2020

Mais um antigo e raro rótulo da Cervejaria Providência de Curitiba - Paraná


Antigo e raro rótulo da cerveja escura fabricada pela Cervejaria Providência de Curitiba - Paraná
Acervo do colecionador Virgílio Sabino


domingo, 12 de janeiro de 2020

Diogo Antônio Feijó, o Regente Imperial maçom

Compilação de textos diversos 
Por Virgílio Sabino


Brasil 1935 - 500 Réis em bronze-alumínio 
Clique na imagem para ampliá-la


O dinheiro de diversas nações carrega em seus cunhos muito mais do que valores monetários. Ideais de pensamentos, religiões e associações tiveram sinais cunhados em dinheiro corrente. Uns escondidos, outros nem tanto. No Brasil não poderia ser diferente, pois exemplares de moedas nacionais foram produzidos com símbolos que ficarão eternizados.

Sendo uma instituição secular, a maçonaria é calcada fortemente no simbolismo. Figuras históricas importantes do Brasil foram maçons, portanto é normal que tenham transmitido também para a numismática alguns símbolos da sua sociedade.

Um vistoso exemplo está nos 500 Réis do Regente Feijó. Moedas cunhadas entre 1935 e 1938, possuem no seu anverso uma coluna coríntia. As colunas Jônicas, dóricas e coríntias recebem importante significado na maçonaria, sendo que a coríntia representa a beleza: “adorna todas as nossas ações, nosso caráter e nosso espírito, dentro da Loja, ela se faz presente nos ornamentos e paramentos.”

Provavelmente esse desenho cunhado na moeda de 500 Réis faça alusão ao fato de o Regente Feijó ter sido um ilustre e representativo maçom na história política do Brasil.



Diogo Antônio Feijó (1784-1843) foi sacerdote, professor de latim e português, deputado, ministro da Justiça, regente imperial e senador. Também conhecido como "Padre Feijó", nasceu em São Paulo, no dia 17 de agosto de 1784. Filho de mãe solteira foi criado por um tio, padre Fernando e pela avó. Passou a infância entre as cidades de Cotia, São Paulo, Parnaíba e Guaratinguetá. O padre José Gonçalves Lima, um parente próximo, se encarregou de prepará-lo para o sacerdócio. Depois de continuar os estudos de filosofia, em 25 de outubro de 1808, ordenou-se padre.

Em 1821 foi para Lisboa, onde seria regida a Constituição do País, como deputado de seu Estado natal. Chegando lá, encontrou um ambiente hostil, pois para os portugueses a única função dos brasileiros era apenas "assinar a Constituição". Depois de três meses de sessões na Corte de Lisboa, e de pregar a independência do Brasil, Diogo Feijó pede a palavra e os portugueses. Estarrecidos, ouviram o padre pronunciar um discurso em defesa dos interesses brasileiros, o que causou um movimento de perseguição contra os deputados do Brasil.


Feijó permaneceu em São Paulo até maio de 1833. Nesse mesmo ano foi iniciado na Maçonaria, ainda em São Paulo, na Loja "Amizade". Com a morte de D. Pedro I em Portugal em 24 de setembro de 1834, extinguia-se o partido Restaurador. Após a promulgação do Ato Adicional em 12 de agosto de 1834 que criava o Regente Único, Feijó foi o escolhido mediante consulta popular.

Feijó teve grande importância na política imperial, tanto por seus atos, como por sua influência, ocupando um lugar de destaque na História do Brasil. Diogo Antônio Feijó morreu em São Paulo, no dia 10 de novembro de 1843.




Referências:

www.ebiografia.com/diogo_feijo

MAGALHÃES, Zelito Nunes (2008). História da Maçonaria do Ceará. Fortaleza:
Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará.

PIPPI, Emerson. Boletim nº 67 da Sociedade Numismática Paranaense. Curitiba, outubro de 2016.

Imagens: moedas do acervo da coleção pessoal do autor deste blog.


terça-feira, 20 de agosto de 2019

A CRIAÇÃO DO MUNDO EM SELOS


"A CRIAÇÃO DO MUNDO" -  CORREIOS DE ISRAEL, 1965
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Gênesis 1:1-27

E DEUS CRIOU O MUNDO...

NO PRIMEIRO DIA:
3 E disse Deus: Haja luz; e houve luz.

NO 
SEGUNDO DIA:
7 Então Deus fez o firmamento e separou as águas que ficaram abaixo do firmamento das que ficaram por cima. E assim foi.

NO TERCEIRO DIA:
9 E disse Deus: "Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça a parte seca". E assim foi. 10 À parte seca Deus chamou terra, e chamou mares ao conjunto das águas. E Deus viu que ficou bom. 11 Então disse Deus: "Cubra-se a terra de vegetação: plantas que deem sementes e árvores cujos frutos produzam sementes de acordo com as suas espécies". E assim foi.

NO QUARTO DIA:
14 Disse Deus: "Haja luminares no firmamento do céu para separar o dia da noite. Sirvam eles de sinais para marcar estações, dias e anos.

NO QUINTO DIA:
20 Disse também Deus: "Encham-se as águas de seres vivos, e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento do céu". 21 Assim Deus criou os grandes animais aquáticos e os demais seres vivos que povoam as águas, de acordo com as suas espécies; e todas as aves, de acordo com as suas espécies. E Deus viu que ficou bom.

NO SEXTO DIA:
27 Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.


quinta-feira, 12 de abril de 2018

A SIMBOLOGIA MAÇÔNICA E A NUMISMÁTICA


Por Virgílio Sabino

Muitos especulam, mas poucos pesquisam acerca do simbolismo maçônico e de sua presença nas cédulas e moedas de alguns países. Pesquisas mais sérias e aprofundadas ficam a cargo de alguns numismatas e pesquisadores dedicados à simbologia maçônica.

Há tempos que a numismática ultrapassou o sentido de colecionismo como sendo meramente um hobby, pois praticamente já se transformou em uma atividade de pesquisa histórico-científica, com publicações específicas e de altíssimo nível e qualidade.

Podemos começar a falar da simbologia maçônica encontrada em algumas cédulas e moedas de alguns países, a partir da mais conhecida e divulgada delas, a cédula de 1 Dólar norte-maericano, que recebeu a estampa da pirâmide e o olho da Divina Providência ou Olho que Tudo Vê ou Olho de Deus, inicialmente em 1935.



Cédula de 1935 com o selo azul, primeiro ano de emissão das cédulas de 1 Dólar no Estados Unidos da América com a pirâmide e o Olho do Grande Arquiteto do Universo


Vale lembrar que, as moedas foram as primeiras a receberem a simbologia maçônica do Olho da Divina Providência, em meados do século XVIII, inicialmente cunhadas em algumas partes dos Estados Unidos da América, todavia, para fins meramente didáticos, nesta oportunidade me utilizo de uma cronologia mais recente – e não menos significativa –, a partir de 1935.


Cédula de 2009, último ano de emissão das cédulas de 1 Dólar no Estados Unidos da América


Na sequência da tradicional cédula de 1 Dólar, algumas outras cédulas e moedas trazem a simbologia maçônica da pirâmide e do olho, que ora recebem o merecido destaque nesta postagem. 

A cédula de 50 Coroas de 1994, emitida pelo Banco da Estônia, carrega na composição de sua estampa uma extraordinária gama de fatos e informações históricas. Na frente apresenta o compositor estoniano Rudolf Tobias (1873-1918) e a pirâmide com o Olho da Divina Providência sobre um órgão de tubos, que pertencia à Igreja gótica da cidade de Käina, erigida entre os séculos XV e XVI e atingida por um incêndio em 1941, cuja intensidade destruiu todo o seu interior e seus tesouros medievais, como os altares da Virgem Maria, São Nicolas e Santo Antônio, bem como o seu órgão de tubos, construído pelo pai do compositor Rudolf Tobias. 


O verso apresenta o suntuoso edifício da Ópera da cidade de Tallinn. A marca d’água traz a imagem de três leões do brasão de armas da Letônia.

No ano de 2001 a Eslováquia presenteou a numismática mundial com a cunhagem de uma maravilhosa série de três moedas comemorativas que homenageia o início do terceiro milênio. São as moedas de prata fosca de 500 Sk (Coroas Eslovacas), prata proof de 500 Sk e a riquíssima trimetálica de 5.000 Sk, cunhada em prata, ouro e platina.


As moedas trazem ao centro, no lado do valor facial, o sol composto pelo triângulo estilizado com o Olho da Divina Providência ou Olho que Tudo Vê; na íris do olho, os símbolos astrológicos dos planetas. Fora do sol, a Terra e outros planetas do sistema solar.


No verso, as mãos em tríade acompanhadas dos algarismos gregos Alfa e Ômega, que representam a criação do homem, inspirada no famoso afresco da Capela Cistina em Roma.



Um outro magnífico e clássico exemplar da numismática maçônica, por assim dizer, é a valiosa cédula de 500 Grívnia, lançada pelo Banco Nacional da Ucrânia em 2006. A nomenclatura Grívna é a forma na língua russa. Há ainda outras ortografias devido à romanização não uniforme do alfabeto cirílico para o latino, tais como Hryvnia ou Hryvnya.

A frente da cédula de 500 Uah apresenta o retrato do filósofo ucraniano e maçom Gregory Skovoroda, considerado o fundador ou precursor da maçonaria ucraniana.


O verso traz a imagem do edifício da Universidade de Kyiv Mohyla, localizada em Kiev e fundada em 1615, passando por algumas fases de reestruturações, reinaugurações e também de inatividade, ao longo de três séculos. 



Ao lado esquerdo da imagem do prédio da academia está presente o Olho da Divina Providência. Segundo alguns historiadores, a academia, fundada em 1661, mas inativa entre 1817 e 1991, foi inicialmente o centro intelectual do movimento maçônico ucraniano.



Dentre as notgelds temos o registro da estampa de um clássico pórtico maçônico, contendo todos os elementos simbólicos, prescritos e encontrados nas entradas dos templos da Sublime Ordem, esparramados pelos quatro cantos da Terra. Esta magnífica e significativa peça de 1921 registra e representa muito bem a presença da Ordem Maçônica na Alemanha antes da ascensão do nazismo.


No alto da imagem do pórtico, o Esquadro e o Compasso, logo abaixo, o triângulo com o Olho de Deus e as duas colunas maçônicas J e B.



Texto: Virgílio Sabino

Todas as cédulas e moedas das imagens são do acervo particular do autor.

Fontes:

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

A "FANCY CANCEL" ("OBLITERAÇÃO ARTÍSTICA") MAÇÔNICA

Por Virgílio Sabino

A conhecida “fancy cancel”, sem tradução ideal para a língua portuguesa, mas que seria algo como “obliteração artística”, foi um tipo ou forma de cancelamento postal introduzido e utilizado no final do século XIX pelas agências do correio dos Estados Unidos da América, que incluía um design artístico feito a partir de desenhos ou símbolos esculpidos em cortiças ou até mesmo feito à mão. As cortiças, com grande variedade de desenhos, eram parcialmente imersas em tinta e então utilizadas como “carimbos” nos envelopes selados.



 

Quando os selos postais foram introduzidos nos EUA, em 1847, os correios foram obrigados a obliterá-los para evitar a reutilização, mas foi deixado a eles para decidir exatamente como fazer isso, e não com frequência os funcionários usariam tudo o que estava à mão, incluindo marcas à caneta das mais variadas formas.  

 

A “fancy cancel” foi a obliteração precursora às máquinas ou carimbos atuais. Com o passar dos anos a “fancy cancel” foi atingindo níveis de criatividade com desenhos e símbolos cada vez mais bem elaborados, que iam desde escudos, crânios, estrelas, formas geométricas, animais, plantas, etc.


Em meio a tantas imagens e símbolos não poderiam ter deixado de surgir, em um país sob forte influência maçônica, primordialmente naquela época, as “fancy cancel” com simbologia maçônica, das quais o esquadro e o compasso foram as mais comuns, incluindo os feitos à mão com caneta tinteiro à pena.


Não se sabe ao certo se essas “obliterações maçônicas” foram necessariamente propostas e elaboradas por funcionários, coordenadores ou gerentes maçons das agências de correio espalhadas pelos Estados Unidos da América. O que mais importa é que esse período, além de presentear a história postal universal com ricos desenhos e símbolos, também presenteou os filatelistas e demais colecionadores com o registro de variados símbolos que compõem a Sublime Ordem Maçônica universal. 





Fontes:

Herst & Sampson. 19th Century Fancy Cancels, 1963.

Todas as imagens são de selos da coleção particular do grande amigo filatelista e pesquisador Paulo Roberto Galvão - Rio de Janeiro - RJ 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Os rótulos mais antigos de cervejas consumidas no Brasil

Por Paulo Antunes Júnior

Os rótulos mais antigos de cervejas consumidas no Brasil, que ainda existem, são, na sua maioria, rótulos de cervejas produzidas na Alemanha e em outros países europeus, como a Dinamarca, Bélgica, etc, para consumo brasileiro. A história cervejeira do Brasil explica isso.

Entre 1637 e 1870, a cerveja produzida no Brasil e também as importadas eram quase que totalmente acondicionada em barricas, e o estilo predominante era o inglês, com alta fermentação. Era raro utilizarem garrafas, e quando engarrafadas, não tinham rótulo.

No final do século os brasileiros conheceram as cervejas vindas da Alemanha, claras, límpidas, refrescantes e com uma durabilidade maior. 

A importação de cervejas alemãs aumentou significativamente, até o ano de 1896, quando o governo quadruplicou os impostos de importação, quase que inviabilizando essa prática.
Os rótulos eram quase todos adaptados dos rótulos originais utilizados na Europa, com o acréscimo de informações dos importadores locais, o que às vezes acarretava incorreções ortográficas, bem como confusão com a nossa língua, pois sul-americanos falam espanhol, né?

Esses são alguns exemplares dessa época que tenho em minha coleção:







O professor Paulo Antunes Júnior é pesquisador e um dos maiores colecionadores de rótulos e bolachas de cerveja do Brasil. Reside em Assis/SP, de onde também colabora intensamente com a Revista da Cerveja, a maior publicação especializada no assunto.




Foto: http://revistadacerveja.com.br/paulo-antunes-junior-colecionar-e-uma-terapia/